quinta-feira, 28 de julho de 2011

Nascer de novo




“Existe uma história sobre a águia, uma história que diz que esta ave ao chegar à metade de sua vida aparenta já ter chegado ao fim, pois nessa idade seu aspecto em nada se assemelha ao da ave majestosa que foi em sua juventude. Nesta idade seu bico já se encontra grande e curvo demais, suas garras também se encontram muito grandes e curvas, assim como suas penas que crescem de forma irregular, uma atrapalhando o crescimento das outras, de forma que umas ficam grandes demais e outras caem antes do tempo.
Em um estado totalmente decrépito, a águia perde por completo sua eficiência como caçadora, qualidade fundamental para sua sobrevivência. Neste ponto a águia se defronta com um dilema: deve se entregar a tal estado e aguardar sua morte ou “renascer das cinzas” como a mitológica ave fênix?
Não aceitando tal condição, contrariando os limites impostos pelo seu próprio corpo, a águia voa até uma parte alta e isolada de um monte rochoso e começa a bater seu bico contra a pedra até que ele quebre e caia. Suportando a dor e o desconforto ela aguarda pacientemente um novo bico crescer, com esse novo bico ela arranca suas próprias garras, uma a uma, e mais uma vez aguarda que novas garras cresçam, por fim ela usa seu novo bico e suas novas garras para arrancar suas penas irregulares, deixando espaço para que novas penas possam nascer de forma harmônica.
Vencida a dor, a fome e o tempo a águia ressurge, inteiramente renovada, plenamente rejuvenescida, mais forte do que nunca, e uma caçadora ainda mais eficiente, com condições de fazer daquele ponto não o fim, mas apenas a metade de sua vida”.

Utilizei desse texto pra exemplificar um pouco do que se passa e passava comigo. Assim como a águia, por vezes a vida nos impõe estados de derrota, humilhação e fracasso, seja em nossa vida profissional, afetiva. Nesse momento assim como a águia poderemos escolher, entre aceitar as condições que a vida nos impõe, ou dizer a ela quem realmente somos, sendo esta última opção a mais difícil a ser tomada, pois irá nos exigir dor, sofrimento, privações, paciência e perseverança, preços a serem pagos por uma nova vida. Preço alto, pode ter certeza, pois somos julgados de forma implacável, de certo ponto mesmo que involuntária mente cruel. O que em muito momentos, me fez sentir “menor”, “inferior”, ou que o mundo que eu imaginava, as pessoas que imaginavam só existem na minha ilusão. Ilusão, porque não importa se você consegue fazer a outra pessoa feliz, e sim a “opinião” dos outros ao dizerem pra outra pessoa “você tem potencial pra mais”, já fui vitima disso, afinal quem quer um”quebrado” ao seu lado e ir passear de ônibus(kkkkkkk, hoje dou risada, pois me vejo maior que isso, mas na hora machuca demais). Então voltando ao assunto podemos aceitar esse duro desafio ou aceitar os desígnios da vida.
Eu acredito que podemos voar alto como as águias, e erguer nossas cabeças, sem medo em nosso olhar ou em nossos corações, mesmo diante os maiores desafios e adversários que a vida nos impuser. Pois se fizermos como as águias, se nos despirmos de nossa auto-piedade e estivermos dispostos a pagar o preço e assumir os riscos necessários para obter o controle de nossas próprias vidas, estaremos no topo da “cadeia alimentar” e nada mais nos trará medo, pois seremos senhores de nós mesmos, pois quando estamos nos afogando, não olhamos para o fundo, mas sim para superfície que é onde desejamos estar.
To entrando nesse estagio da águia, isolando, retirando de mim tudo aquilo que hoje não me ajuda, me prejudica e me impede de viver, esse processo não é simples, e até doloroso, mas assim como a águia, espero voltar de forma nova, não to fechando pra balanço, e sim pra reforma, não quero mais ter a sensação de que algo ou alguém não é pra mim, que estou aquém, ou que algo ou alguém me considere aquém. Não quero ser “aquém” de mim.
E eu Natália também quero viver como a águia, sei que preciso de tempo para que essa ferida aberta em meu coração se cicatrize e amanhã eu possa voar mais alto, erguer a minha cabeça e seguir sempre em frente...

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